Existem casos em que obras pequenas não são obrigadas a executar provas de carga, a não ser que existam dúvidas quanto ao desempenho das estacas. A norma ABNT NBR 6122:2022 (Projeto e execução de fundações), no item 9.2.2.1 apresenta a Tabela 6, que indica a quantidade mínima de provas de carga que uma obra deve realizar, em função da tensão de trabalho, do tipo e da quantidade de estacas que essa possui. A seguir apresentaremos um resumo com os tipos mais usuais de estaca: Pré-moldada, aço, hélice contínua, franki, Strauss e escavada sem fluído com diâmetro inferior a 70 cm - Obrigatório a partir de 100 estacas. Escavadas com ou sem fluído e diâmetro superior a 70 cm, raiz e microestaca -Obrigatório a partir de 75 estacas. Trado vazado segmentado - Obrigatório a partir de 50 estacas. Finalmente, para as obras que possuem estacas em número inferior ao indicado acima, ainda é necessário verificar se a tensão de trabalho dos elementos não supera os valores indicados na Coluna A da Tabela 6, caso contrário, os ensaios são obrigatórios.

De acordo com a ABNT NBR 6122:2022 (Projeto e execução de fundações), item 9.2.2.1, a partir dos números indicados na resposta anterior, deve-se realizar as provas de carga em 1% das estacas da obra, considerando o seguinte critério de arredondamento: a. Calcular 1% do número total de estacas da obra; b. Arredondar o valor para uma casa decimal; c. Arredondar novamente o número obtido para o inteiro mais próximo, considerando que o dígito 5 é arredondado para cima.

Sim, a quantidade calculada conforme a resposta anterior se refere apenas às provas de carga estática, realizadas de acordo com a norma ABNT NBR 16903:2020 (Solo – Prova de carga estática em fundação profunda).

De acordo com o item 9.2.2.3 da ABNT NBR 6122:20122 (Projeto e execução de fundações), quando a obra tem um número de estacas que exijam a realização de 2 provas de carga estática, calculadas conforme as respostas anteriores, esses dois ensaios podem ser substituídos por 10 ensaios de carregamento dinâmico, realizados conforme os requisitos da ABNT NBR 13208:2007 (Estacas – Ensaio de carregamento dinâmico). Por outro lado, quando a obra possuir um número de estacas que exijam a realização de mais de 2 provas de carga estática, é obrigatória a realização de pelo menos 1 PCE e o restante pode ser substituída por PDAs, na proporção de 5 ensaios de carregamento dinâmico para cada prova de carga estática.

Em geral o ensaio de carregamento dinâmico (PDA) gera menos custos para a obra, dessa forma, a composição mais vantajosa para o cliente costuma ser a realização da quantidade mínima necessária de PCEs e o restante dos ensaios do tipo PDA. Por exemplo, uma obra que possui 300 estacas de aço, tem duas opções para atender à norma: a. Opção 1 – 3 PCEs; ou b. Opção 2 – 1 PCE e 10 PDAs. Geralmente, a opção 2 é a mais econômica.

Não é obrigatória a realização desse ensaio, no entanto, a sua execução permite a adoção da solução mais econômica para as fundações diretas, pois o dimensionamento poderá ser realizado para o modelo-protótipo exatamente do terreno dessa obra, diferentemente do dimensionamento pelo método teórico ou semiempírico. Além disso, a norma ABNT NBR 6122:2019 (Projeto e execução de fundações), no item 9.2.1, determina que nas fundações em sapatas ou tubulões, o solo de apoio desses elementos deve ser aprovado pelo engenheiro antes da concretagem e em caso de dúvida devem ser realizadas as provas de carga em placa, ou seja, é muito mais seguro realizar a prova de carga antes do início da execução da fundação, caso contrário, há um risco de paralisação dos trabalhos, para a realização do ensaio e, eventualmente, ajustes de projeto. Essa mesma norma determina que a prova de carga sobre placa deve ser executada conforme a ABNT NBR 6489:2019, que descreve que “este método de ensaio possibilita traçar a curva tensão-deslocamento e estimar os parâmetros de deformabilidade (coeficiente de reação vertical e módulo de deformabilidade) e de resistência (tensão admissível) do solo em análise”.

Não existe norma brasileira que exija a realização do ensaio de integridade, no entanto a sua realização é recomendada pois, além de ser um ensaio de baixo custo, importantes alterações indesejadas das estacas podem ser identificadas precocemente, como possíveis seccionamentos, quebras, falhas de concretagem e determinação de comprimento efetivo diferente do projeto. Por não existir norma nacional, os ensaios são feitos conforme a norma americana ASTM D-5882-96.

Não, de acordo com o item 9.1 da ABNT NBR 6122:2022, o monitoramento de recalque é obrigatório apenas nesses casos: a. Estruturas nas quais a carga variável é significativa em relação à carga total, tais como silos e reservatórios; b. Estruturas com mais de 55 metros de altura do piso do térreo até a laje de cobertura do último piso habitável; c. Relação atura/largura (menor dimensão) superior a quatro; d. Fundações ou estruturas não convencionais.